Instituto Butantã vai criar soro contra o ebola
20/11/2014 - O Instituto Butantã está se preparando para desenvolver um soro contra o vírus ebola, em parceria com o Instituto Nacional...
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20/11/2014 - O Instituto Butantã está se preparando para desenvolver um soro
contra o vírus ebola, em parceria com o Instituto Nacional da Saúde
(NIH, na sigla em inglês) dos Estados Unidos, informou, ontem, o jornal O
Estado de S. Paulo. Segundo o diretor do instituto paulista, Jorge
Kalil, os últimos trâmites estão sendo feitos para a assinatura do
contrato com o NIH e, se as autoridades brasileiras liberarem a
pesquisa, o novo soro estará disponível dentro de nove meses para
aplicação em humanos.
Kalil explicou que o soro é diferente de uma vacina. Na aplicação de
vacinas, ocorre a chamada "indução de imunidade ativa": o organismo é
induzido a produzir os próprios anticorpos Já na aplicação de soros o
que ocorre é a "indução de imunidade passiva". "Nesse caso, pegamos os
anticorpos já produzidos por outra pessoa, ou por outro animal",
acrescentou.
Raiva
O novo soro deverá ser desenvolvido com base na imunização de cavalos
com o vírus da raiva, em versão modificada com a proteína do ebola.
Assim que o contrato for assinado, segundo Kalil, o NIH enviará o
material biológico necessário para a imunização.
"Acreditamos que a chance de dar certo é muito grande, porque a
proteína do ebola que nos interessa para produzir o soro está na
estrutura do vírus da raiva. Nós temos uma experiência muito grande na
produção do soro contra o vírus da raiva. Muito provavelmente vamos
conseguir um soro neutralizante contra o ebola semelhante ao soro da
raiva", disse Kalil.
O tratamento que mostrou mais eficácia até agora contra o ebola foi o
coquetel Zmapp: uma mistura de três anticorpos que se prendem às
proteínas do vírus do ebola, ativando o sistema imunológico para que ele
seja destruído. "Se o Zmapp funciona, imaginei que o soro tradicional
feito com base na imunização de cavalos também poderia funcionar. Entrei
em contato com o NIH, fui para os Estados Unidos apresentar a ideia e
assinaremos os contratos de propriedade intelectual e confidencialidade.
A colaboração terá início em breve", afirma.
Testes
Uma vez que os cavalos forem imunizados, os cientistas verificarão se o
organismo dos animais foi induzido a produzir, em grande quantidade,
anticorpos neutralizantes. Depois de uma série de testes de toxicidade
no Brasil, os americanos farão testes de inibição do soro com modelos de
macacos.
De acordo com o balanço divulgado ontem pela Organização Mundial de
Saúde (OMS), a atual epidemia de Ebola na África já infectou 15.145
pessoas e matou 5.420. Os dados foram retirados a partir dos casos
registrados até o último dia 16 de novembro. Em um intervalo de cinco
dias, desde a divulgação do balanço anterior, houve aumento de 732
infectados e 243 mortes. Os países mais afetados continuam sendo
Libéria, Guiné e Serra Leoa. Também há casos em locais fora da África,
como Estados Unidos e Espanha.
Fonte: Diário do Nordeste
